Páginas

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

BELÉM, A METRÓPOLE DO NORTE

GEOGRAFIA URBANA

BELÉM, A METRÓPOLE DO NORTE



CLEBER DOS SANTOS*
MARCELO RAMOS**






INTRODUÇÃO



Este trabalho tem por objetivo abordar a cidade de Belém do Pará, a sua urbanização e industrialização, bem como o crescimento da cidade e o processo de metropolização. Abordaremos também a problemática social devido às descontinuidades ou contradições entre o tradicional e o moderno, as ocupações de áreas públicas e privadas como forma de reivindicação por parte dos moradores sem condições de arcarem com os custos da vida na cidade de consumo entendida aqui como produto. Entendemos que no caso de Belém é preciso voltar no tempo na época da colonização para compreender os principais processos e de que maneira ocorreram para entender dentro de um contexto histórico os processos de urbanização e industrialização e as suas implicações perante as classes pobres bem como as transformações no espaço urbano com o processo de modernização e uso do espaço urbano.



Belém do Pará Contexto Histórico





Belém, ou Belém do Pará, é um município brasileiro, capital do estado do Pará.,é a segunda cidade mais populosa da região Norte e principal cidade da maior região metropolitana da Amazônia. Belém possui o maior IDH entre as capitais nortistas.

: Belém do Pará, que virou a Capital das Especiarias no século XX, na década de 1970, a imigração japonesa fez do Pará um dos maiores exportadores mundiais da pimenta do reino, a mais nobre das especiarias da Índia. O Pará hoje é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil.

Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude, entre os quais o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida na época como Paris n' América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.

Forte do Presépio, marco da fundação da cidade de Belém, onde os portugueses desembarcaram no dia 12 de janeiro de 1616. A região onde a atual cidade se localiza era primitivamente ocupada pelos Tupinambás.

O estabelecimento do primitivo núcleo do município remonta ao contexto da conquista da foz do rio Amazonas, à época da Dinastia Filipina, por forças luso- espanholas sob o comando do capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, quando, a 12 de janeiro de 1616, fundou o Forte do Presépio.

A povoação que se formou ao seu redor foi inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi sucessivamente denominada como Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará, até a atual denominação de Belém. Belém foi a primeira capital da Amazônia.

Nesse período, ao lado da atividade de coleta das chamadas drogas do Sertão, a economia era baseada na agricultura de subsistência, complementada por uma pequena atividade pecuária e pela pesca, praticada por pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha de Vigia. Distante dos núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém reconheceu a Independência do Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.

A urbanização de Belém tem seu início nos arredores do Forte do Castelo. Oficialmente a primeira rua a ser aberta em Belém foi a Rua do Norte, hoje Siqueira Mendes. Depois abriram-se as ruas do Espírito Santo (hoje Dr. Assis), dos Cavaleiros (Dr. Malcher), São João (João Diogo) e assim sucessivamente. Com a expansão urbanística, a cidade ficou dividida em dois bairros: o da Cidade e o de Campinas. O igarapé do Piri servia de limite entre as duas aglomerações urbanas.

Até o começo da segunda metade do século XIX, a Amazônia tinha a sua sede em Belém: o atual estado do Amazonas era subordinado, como capitania, ao Pará. As autoridades portuguesas, que sempre dedicaram atenção muito especial a esta região, tinham base muito sólidas, quer administrativa, quer economicamente. Proclamada a Independência do Brasil em 1822, poucos reflexos teve ela no território paraense. Apenas alguns idealistas pugnavam por nossa separação de Portugal. Mas, sem a ajuda do novo Império, nada poderiam fazer contra as forças militares sediadas em Belém, que continuavam fiéis a Portugal.

Belém teve, no extrativismo e na cana-de-açúcar, a base econômica primitiva. Desiludidos quanto ao ouro ou pedras preciosas, os colonos tiveram de se dedicar à lavoura ou à coleta de “drogas do sertão.” Não circulava dinheiro. Todos os pagamentos, todas as compras, eram à base de novelos de algodão, de rolos de pano e dos produtos extrativos: baunilha, cacau, salsa, canela, cravo, sementes oleaginosas, madeira de lei, raízes aromáticas etc. Somente em maio de 1749, é que começou a circular, em Belém, o dinheiro em moedas de ouro, prata e cobre, chamadas de Brasília. É interessante este fato: para a base da economia do Pará.



A Era da Borracha



Na Era da Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou a Belle Époque, momentos de luxo e glamour. Belém era na época considerada a cidade brasileira mais desenvolvida e umas das mais prósperas do mundo, não só pela sua posição estratégica - quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.

Pela mesma razão, foram atraídas nesse período levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com o fim de desenvolverem a agricultura nas terras da Zona Bragantina.

Observa-se que nessa época o indígena teve participação direta na economia local, por já estar mais reservado nas áreas afastadas dos centros urbanos, vivendo sua própria cultura, depois de ter enfrentado os colonizadores em muitos conflitos.





Cabanagem



Entre os anos de 1835 e 1840 o município esteve no centro da revolta dos Cabanos, considerada a de participação mais autenticamente popular da história do país, única em que a população efetivamente derrubou o governo local. Posteriormente receberia o título de Imperial Município, conferido por D. Pedro II (1840-1889). Entre as causas dessa revolta citam-se a extrema miséria do povo paraense e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil. A denominação Cabanagem remete ao tipo de habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e índios. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora morasse muito melhor, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.





O Processo Inicial de Industrialização de Belém



No início do século XX, ainda no auge da borracha, Belém tinha um parque industrial, voltado especialmente para Europa com manufaturas feitas a partir da borracha. Com a crise econômica, aliada a distância dos grande centros consumidores do Nordeste e do sudeste, cuja comunicação se fazia tão somente pela costa marítima, já que nessa época as ferrovias que existiam eram insuficientes e ligavam tão somente o interior ao litoral e não as regiões brasileiras entre si; as industrias foram falindo.

Belém só passou a se inserir mais intensamente no mercado consumidor, a partir da construção da Belém- Brasília. Outra coisa que atrasou o desenvolvimento industrial de Belém e do Pará foi a carência de energia elétrica. Enquanto o Sul, Sudeste e Nordeste tinha energia em abundância. Belém sofria com os racionamento de energia até a inauguração de hidrelétrica de Tucuruí na década de 80. Tudo isso contribuiu para que Belém e o Pará tivesse um atraso no seu processo de industrialização. De carentes passaram a serem hoje grandes exportadores de energia para outras regiões do país.

No início do século passado, observam-se navios abarrotados de pessoas vindas principalmente do Japão, da Alemanha e da Itália, países que atravessavam à época o mesmo processo penoso de industrialização que em sua fase inicial sempre expulsa o excedente de mão- de- obra. Essas colônias vão se instalar e progredir, porque vão trabalhar para si próprias e não para o mercado e sendo assim, o processo de capitalização é contínuo.

Assim, deve-se enfatizar que um processo inicial de industrialização só pode nascer e se desenvolver, desde que a renda esteja concentrada. O padrão de trocas, antes equilibrado, passa a se concentrar na atividade industrial e em torno dela própria, em primeiro lugar porque o lucro só pode advir com controle rígido dos custos operacionais, a começar pelos salários pagos e, em segundo lugar, porque o consumo se dará sempre entre os estratos de renda mais alta. Os operários não consomem os automóveis que produzem, nem adquirem os apartamentos que ajudam a construir, nem, muito menos, entregam-se aos bens de consumo duráveis. Para haver produção e consumo, a renda precisa estar concentrada em torno da atividade.





Informações Sócio- Econômicas



As gestões municipais têm enfrentado enormes desafios na regulação e orientação da produção do espaço da cidade e na promoção do desenvolvimento sócio- econômico. Como se têm constatado em Belém, como nas grandes cidades brasileiras, o crescimento se realiza sem que haja um adequado ordenamento, dificultando as respostas às demandas dos diversos atores sociais que interagem na cidade, comprometendo assim, a perspectiva de construção de uma cidade mais justa e igualitária. Áreas metropolitanas como a de Belém, Manaus e outras cidades de médio porte agregaram a maior parte da população regional. No Pará, 66,51% da população reside em áreas urbanas. São 4.116.378 pessoas, de um total de 6.189.550 habitantes, com uma densidade demográfica de 4,96 hab/km², segundo o Censo 2000/IBGE.

Belém é uma das metrópoles brasileiras e a maior cidade da Região Norte. Sua região metropolitana é composta por 5 municípios (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara) e totaliza 1.794.981 habitantes, sendo que a maioria da população reside em zonas urbanas. Apenas o Município de Belém possui 1.279.861 habitantes (Censo 2000/IBGE).

O Município de Belém está dividido em 8 Distritos Administrativos e 71 bairros, com um território de 50.582,30 ha, sendo a porção continental correspondente a 17.378,63 ha ou 34,36% da área total, e a porção insular composta por 39 ilhas, que correspondem a 33.203,67 ha ou 65,64%. O contingente populacional na área urbana representa uma taxa de urbanização muito superior à observada para o conjunto da Amazônia e para o estado do Pará. Atualmente, Belém apresenta uma densidade demográfica de 1.201,39 hab./km².

O crescimento e a expansão urbana do Município também podem ser notados através do aumento de unidades imobiliárias cadastradas em sua área urbana, conforme levantamento do Cadastro Técnico Multifinalitário – CTM. Em 1970 estavam cadastradas 120.000 unidades. Atualmente existem 362.064 cadastros. Isso se reflete também na taxa de urbanização do Município, a qual atinge cerca de 99,53%, segundo dados do Censo 2000.

A sócio- economia de Belém está pontuada por uma estrutura produtiva na qual as atividades do comércio e serviços se apresentam como alternativas de emprego e renda para a população, sendo que a capital concentra grande parte de todas as atividades produtivas do Estado. Importante lembrar que essa estrutura é fruto do processo histórico de inserção da região na evolução da economia nacional e mundial.

Utilizando informações da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais – Ministério do Trabalho, para o período 1998–2002, e fazendo uma análise muito sucinta do número de empreendimentos legalmente instalados em Belém, observa–se que o número de empresas existentes na capital cresceu 14,39%, enquanto que na Região Metropolitana de Belém e no Estado, essa evolução foi de 19,30% e 37,23% respectivamente. Extraindo o comportamento do segmento administração pública, as atividades econômicas que apresentaram melhor desempenho foram o comércio com 19,69%, a construção civil com 13,86% e os serviços de apoio industrial que registraram um desempenho positivo de 13,86%.

Outro aspecto a ser analisado é o nível de emprego de Belém em relação a RMB e ao Estado: a RAIS do período analisado aponta que Belém detém cerca de 51% de todo o emprego gerado no Pará, mesmo o crescimento sendo oriundo dos setores de serviço e comércio na RMB. Refletindo o processo de desindustrialização do Município de Belém, o segmento relativo à indústria de transformação se revela o mais ineficiente na geração de emprego e renda, na medida em que neste setor – 1991 a 2000 – foi eliminado o total de 6.516 oportunidades de trabalho. O total de postos de trabalhos destruídos na década pelo setor da indústria de transformação foi de 41,0% em relação à eliminação das oportunidades de emprego em Belém. A partir destas constatações, a análise das repercussões na dinâmica da cidade e qualidade de vida, uso do solo, suporte à economia e questões sociais, apontam desafios a serem enfrentados como forma de superação e/ou mitigação de problemas.

A função social da cidade no Município de Belém corresponde ao direito à cidade para todos e todas, o que compreende os direitos à terra urbanizada, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra- estrutura e serviços públicos, ao transporte coletivo, à mobilidade e acessibilidade, ao emprego, trabalho e renda, à assistência social, bem como aos espaços públicos e ao patrimônio ambiental e cultural do Município.











Demografia



Belém, com uma população de 1.437.600 habitantes, é a 10ª cidade mais populosa do Brasil e a 2ª da região Norte. A cidade possui o maior IDH entre as cidades do norte e, nos últimos anos, vem se verticalizando de forma acelerada, pelo fato de não haver mais áreas horizontais, levando investimentos para sua região metropolitana. A cidade tem o 5º metro quadrado mais caro do País.



Estimativa Populacional da RMB- IBGE



1950 - 242.000 1980 - 827.000

1955 - 303.000 1985 - 966.000

1960 - 378.000 1990 - 1.129.000

1965 - 477.000 1995 - 1.393.000

1970 - 601.000 2000 - 1.748.000

1975 - 726.000 2010 - 2.335.000



Fonte :IBGE







Com quase quatro séculos de existência, Belém é a cidade que mais cresceu na região, sendo considerada a metrópole regional do Norte e a cidade mais populosa da Amazônia.

De fato, Belém é hoje uma importante cidade comercial e um grande centro de negócios da Amazônia. Belém tem uma população superior a 1,2 milhão de pessoas (área metropolitana). A maioria das pessoas trabalha em empresas comerciais e de serviços.

Belém tem bancos, universidades, livrarias, supermercados, shoppings, restaurantes, hotéis, entre outros por mencionar. Belém é um interessante lugar para visitar. Tem um pouco de cada coisa. Dispõe de excelentes linhas aéreas, marítimas e terrestres que a ligam a outros lugares do Brasil e do mundo.

Belém também de Dispõe de telefone, fax, computador, Internet, Sedex e outros serviços postais, que mantém o visitante em contato com sua família ou negócios nos mais distantes lugares do globo. Em Belém o visitante pode encontrar uma variedade de madeiras, frutas, peixes, minerais e outros produtos que são comercializados na Amazônia. Sobre estilo de vida e entretenimento, há cinemas, clubes, estádios, teatros, galerias de artes, restaurantes e muito mais.



Região Metropolitana



A Região Metropolitana de Belém (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara).Criada por lei complementar federal em 1973 (alterada em 1995) e em 2010, a Região Metropolitana de Belém (RMB), com 2.133.975 habitantes IBGE/2009, compreende os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará. A RMB é a 179ª maior área metropolitana do mundo, a maior da região norte e uma das cinco maiores regiões metropolitanas brasileiras.



Área do Entorno



Cidades próximas como Castanhal, Abaetetuba e Barcarena encontram-se sob influência direta de Belém, sendo que as duas primeiras já ultrapassaram a marca de cem mil habitantes. A região do "Entorno de Belém", que compreende municípios em um raio de até 60 quilômetros a partir da capital paraense, apresentando integração contínua, com uma população que se aproxima de 3 milhões de pessoas, incluindo a região metropolitana.



Economia



A economia de Belém baseia-se primordialmente nas atividades do comércio, serviços e turismo, embora seja também desenvolvida a atividade industrial com grande número de indústrias alimentícias, navais, metalúrgicas, pesqueiras, químicas e madeireiras. A cidade conta com os portos brasileiros mais próximos da Europa e dos Estados Unidos (Belém, Miramar e Outeiro), sendo que o Porto de Belém é o maior movimentador de contêineres da Amazônia. Com a revitalização dos distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, a implantação da Hidrovia do Tocantins e com a chegada da Ferrovia Norte-sul, a cidade aguarda um novo ciclo de desenvolvimento.

Ver-o-PesoMercado do Ver-o-Peso (1688): é a maior feira livre da América Latina e também o símbolo de Belém e sua maior atração turística. Localizado na área da Cidade Velha e diretamente às margens da baía do Guajará, abastece a cidade com produtos alimentícios do interior paraense, fornecidos principalmente por via fluvial. Foi eleito entre as 7 Maravilhas do Brasil. O posto fiscal criado em 1688 no porto do Piri que, a partir de então, foi popularmente denominado lugar de Ver-o-Peso, deu origem ao nome do mercado, já que era obrigatório ver o peso das mercadorias que saiam ou chegavam à Amazônia, arrecadando-se os impostos correspondentes.

Mercado de São Brás (1911): na Praça Floriano Peixoto, próximo à antiga "Estação de Ferro de Bragança", foi construído na primeira década do século XX, em função da grande movimentação comercial gerada pela ferrovia Belém/Bragança. Na mesma época, o intendente Antônio Lemos estabeleceu uma política para descentralizar o abastecimento da cidade, até então o Ver-o-Peso. O abastecimento começou a ser expandido para os bairros, a exemplo do que ocorreu em São Brás. O mercado de São Brás foi inaugurado no dia 21 de maio de 1911, em estilo art nouveau e neoclássico. Em suas dependências, funcionam lojas de artesanato, produtos agrícolas, domésticos e vestuário.

Belém, conhecida também como Portão de Entrada da Amazônia, e proporciona diversas possibilidades de cultura e lazer. A cidade é rica em história, cultura, cores, cheiros, sabores e em natureza, podendo ser observado nos seus diversos pontos turísticos. A capital paraense desponta como grande roteiro turístico do Brasil, gerando uma excelente oportunidade para investimentos turísticos e está entre as 10 cidades mais movimentadas e atraentes do Brasil.

Por ser a cidade mais antiga da Amazônia e com todas as condições infraestruturais, como o Aeroporto Internacional de Belém, considerado um dos mais modernos e terminal de uma das maiores malhas aéreas do país, com inúmeras ligações nacionais e para o exterior, Belém é palco de grandes eventos da Amazônia, desde eventos municipais até internacionais. A cidade está entre as 5 cidades brasileiras mais citadas para a realização de grandes eventos, de acordo com pesquisa nacional feita pelo SEBRAE/FBC&VB (2002), possuindo, além da gastronomia, diversas atrações de lazer e turismo na Região Metropolitana.



Indústrias



Um dos Centros industriais do Norte está em Belém, que tem uma grande concentração de indústrias produtoras de bens de consumo não só para a população do Pará, mas também para São Paulo e Rio de Janeiro. Destacam-se as indústrias de alimentos, de fumo, de bebidas, de produtos farmacêuticos, de couro, de perfumaria, etc.

Dois Distritos com áreas industriais se destacam na região metropolitana de Belém o Distrito de Ananindeua eu Distrito de Icoaraci.



DISTRITO INDUSTRIAL DE ANANINDEUA



Localização: Município de Ananindeua ( Região Metropolitana de Belém ). Este município dista 09 Km de Belém.

• Área total do D.I.: 457,48 ha.

• Área Industrial: 369,40 ha.

• Infra- estrutura: rede elétrica (baixa e alta tensão), fornecida pela Hidrelétrica de Tucuruí; telecomunicações; sistema viário.

• Acesso: fluvial (para embarcações de médio porte) e rodoviário.

Muitas indústrias já estão instaladas neste D.I. e em pleno funcionamento, entre elas:



• AMACOCO - Água de Coco da Amazônia;

• SOCOCO - Agroindústria da Amazônia

• EIF - Atochem Brasil Química Ltda.

• LAMAPA - Laminados de Madeiras do Pará

• TRADELINK MADEIRAS LTDA

• BRILASA S.A

• BKS - Importação e Exportação Ltda.







DISTRITO INDUSTRIAL DE ICOARACI



Localização: Situado no Município de Belém, próximo do Município de Barcarena, a 18 Km da BR-316 e às margens do Rio Maguari.

• Área total: 204,11 ha.

• Área industrial: 187,60 ha.

• Infra- estrutura: rede de energia elétrica, telecomunicações e sistema viário.

• Acesso: rodoviário e fluvial (para embarcações de pequeno e médio porte).



Algumas das empresas já instaladas neste D.I. e em pleno funcionamento,como estas:



• TRAMONTINA -Belém Indústria e Comércio Ltda.;

• ELDORADO - Exportação e Serviços Ltda.

• TERRAPLENA - Ltda.

• SOLID - Pará Madeiras

TRAMONTINA - Icoaraci S.A







A Produção do Espaço Urbano de Belém





Belém tornou-se uma metrópole, com um grande fluxo de pessoas, informações e decisões que repercutem em toda região amazônica.

A população de belém que tinha sua urbanização predominantemente ribeirinha, passou ao longo do tempo a sofrer uma intensificação do tipo de forma metropolitana.

Belém se destaca pelo ritmo do seu crescimento populacional, a cidade é marcada por descontinuidades ou contradições entre o cotidiano( regional, tradicional) e o espaço moderno (reprodução do espaço para o mercado).O resultado disso é que há uma ocupação da várzea dos Igarapés de belém, por falta de poder aquisitivo compatível com os custos de se morar em áreas “urbanizadas” das cidades, bem como a diminuição do espaço público por meio da banalização do consumo.

As ocupações coletivas tornou-se um elemento de contestação de exercício do poder demarcando seus territórios e fazendo o emprego da criatividade ,diferentemente da metrópole onde seu espaço é planejado, porém cabe ressaltar a complexidade das ocupações pois cada uma tem sua individualidade mesmo sendo muito semelhantes.

Muitas ocupações urbanas coletivas torna-se um instrumento de reivindicação das suas lutas cotidianas onde ocorre apropriações de áreas públicas e privadas ,objetos de exigência politica.

A metropolização causa um distanciamento da realidade regional em detrimento da produção do espaço para o consumo(produto), onde a cidade é reproduzida muito mais em função dos interesses principalmente privados fazendo esvaziar o sentido do público.

O cotidiano de cada ocupação designa uma estratégia de sobrevivência na metrópole, bem como uma atividade contestadora por meio da construção individual e coletiva.



Entendemos que é preciso compreender a reprodução da vida humana nos atos do cotidiano de apropriação do espaço, por meio do uso, e, como este pode ser reestruturado através de uma ação concreta no espaço. O fundamental é resgatar o valor de uso do espaço a partir da única realidade sensível e prática que ainda conserva para nós esta representação: o vivido. Trata-se de valorizar espaços diferenciais em contraposição às representações abstratas do espaço baseado na repetição e na racionalidade consumista.

Porém, o ritmo da metrópole impõe um leque necessidades que tornam o morador um mero consumidor de mercadorias. As mudanças produtivas e tecnológicas das últimas décadas criaram obrigações pessoais e profissionais que impuseram uma dinâmica de vida acelerada e desumana.

Diante disso, a modernidade é impessoal, individualista e competitiva, criando um homem solitário que tem objetivos mais elevados. Em Belém existe uma repressão subjetiva aos espaços e às relações que não se encaixem na imagem do moderno, criando um paradoxo entre a forma metropolitana e a cultura regional.

A ocupação urbana torna-se uma estratégia de residência (resistência) do excluídos, porém não podemos descartar a inserção desses mesmos moradores na dinâmica da vida metropolitana.

É importante observar a relação do Estado com a sociedade civil, através da análise de políticas públicas urbanas alternativas que mostrem outras possibilidades. Trata-se de uma reflexão contínua , unindo teoria e prática para descrição da realidade atual do espaço urbano.





Considerações finais



Belém transformou-se numa metrópole onde há um fluxo intenso de pessoas, de informações e de decisões que influência toda a região amazônica, e que nesse desenvolvimento repentino que se dirige por toda a região, havendo uma reprodução da metrópole e da reprodução da vida, isso em todas suas dimensões.

Nesse contexto onde a reprodução do espaço abstrato da metrópole de Belém ocasionou dois fenômenos que se manifestam ao mesmo tempo, um que é observado em um conjunto de explosões de experiências imediata e que se combina de forma geral, e o outro é a expansão súbita dos lugares e que entram em colapso. A padronização do espaço e tudo que se realiza nele não é mais uma urbanização predominantemente ribeirinha na cidade de Belém, a cidade oferece condições naturais incluindo seu processo histórico para que chegasse a esse tipo de forma metropolitana.

Assim Belém se diferencia das demais cidades metropolitanas da região amazônica devido ao seu ritmo de crescimento populacional e, por outro lado se destaca também pela dinâmica acelerada de uma transformação do meio físico em toda sua dimensão, marcadamente pela sua forma metropolitana natural. A cidade é marcada por descontinuidades sócio- espaciais produto de uma discussão entre a forma metropolitana e aspectos do cotidiano da vida social regional. Acontece uma reprodução do espaço para o mercado. Do outro lado a ocupação de várzea dos igarapés. Uma significativa parcela da população que não tem poder aquisitivo compatível com os custos de se morar em áreas “urbanizadas” das cidades.

A ocupação urbana na cidade de Belém é marcada por aspectos múltiplos que se diferenciam, no contexto onde há uma reprodução acelerada do espaço em toda sua dimensão, ocupações e transformação social do espaço urbano de Belém, modificando as ocupações urbanas pelo processo mobilizador seja ele coletivo ou individual relacionado com agentes sociais

Belém em decorrência do processo de industrialização contribuiu para a dinamização de outras atividades econômicas, ligadas ao comércio e aos serviços. No entanto, a industrialização não gerou empregos suficientes para atender a população.

O processo de urbanização decorreu da modernização da sociedade e economia, mas parcela considerável dos benefícios dessa modernização são inacessíveis para a maior parte da população. Isso é agravado pela ineficácia das politicas públicas, com frequência voltadas para as camadas sócias mais privilegiadas.

A cidade de belém é caracterizada por descontinuidades ou contradições entre o tradicional(regional) e o moderno (produção do espaço para o mercado),bem como pelas ocupações

coletivas de áreas públicas e privadas como forma de reivindicação e exigência politica.

A metropolização, causa um distanciamento da realidade regional, ocasionando estranhamentos ou não identidade ou muitas vezes identidade forçada com a forma metropolitana, podemos dizer que existe em belém uma luta pela manutenção da vida cotidiana e tradicional por parte das populações regionais e menos abastadas.

A urbanização de belém ocorre de modo singular ainda que haja semelhanças em alguns pontos que permitem definir certas caracterizações. Observando a questão social é importante enfatizar que os grandes investimentos realizados na cidade estão voltados para as classes sócias de maior poder aquisitivo. Os menos abastados que moram em situações precárias carecem de bom atendimento dos serviços públicos (saneamento básico, coleta de lixo, segurança , lazer etc...) Essa população tem de drenar seus esgotos e lixo doméstico em lixões improvisados,junto aos córregos que se tornam fontes de contaminação e para o agravamento das enchentes.

Entendemos que é preciso um olhar minucioso para entender as peculiaridades das ocupações e de politicas públicas voltadas para as populações de baixa renda, com planejamento para ao menos minimizar as mazelas e precariedades das classes sociais com menos poder aquisitivo e não dispõe dos mesmos benefícios dos mais abastados. É necessário equilibrar essa balança social e mesclar crescimento e desenvolvimento social, bem como planejamento urbano que atenda também a população pobre, que não consegue arcar com as despesas da cidade sendo obrigadas a ocupar áreas mais afastadas e usar sua criatividade para sobreviver.



Referências



Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.



Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.



Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2007. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de dezembro de 2009). Página visitada em 11 de outubro de 2008.



Rais- Relação anual de informações sociais .



www.agenciabelem.com.br



www.diariodopara.com.br



www.amazon.com.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Considerações do conceito de Paisagem

Paisagem Geográfica é tudo aquilo que está inserido no espaço onde estão composto todos os elementos na superfície terrestre, ou seja, caracteristica de uma dinamica onde podemos considerar os agentes físico, biologico e, humano, como principais fatores de elaboração e, tranformações da paisagem, isso em toda a nossa superfície terrestre, paisagens estas que denominamos como naturais ou paisagens de certa forma implantada em nossa sociedade e, pre-estabelecidas pelo homem (Marcelo Ramos, Geografo educador***)

Paisagem Geográfica  são noções utilizadas por um número sempre crescente de disciplinas, que muitas vezes ainda se ignoram. Paisagem, enfim, um dos temas clássicos da investigação geográfica. Conforme o interesse do que é objeto ou uma maneira como se encara a própria noção de paisagem difere. Se um geógrafo, um historiador, um arquiteto se debruçarem sobre a mesma paisagem, o resultado de seus trabalhos e a maneira de conduzi-los serão diferentes, segundo o ângulo de visão de cada um dos que a examinam. (Chantal & Raison, p.138)


 O termo paisagem é extremamente polissêmico, e as acepções disciplinares a ele relacionadas são tão vagas quanto variadas. Para a geografia a paisagem é um conceito-chave, ou seja, um conceito capaz de fornecer unidade e identidade à geografia num contexto de afirmação da disciplina. A importância deste conceito ao longo da história do pensamento geográfico tem sido variada, sendo relegado a uma posição secundária, suplantada pela ênfase nos conceitos de região, espaço, território e lugar, considerados mais adequados as necessidades contemporâneas (Corrêa e Rosendahl, 1998, p.7).

Os geógrafos produziram uma reflexão conceitual própria, seguindo os passos de Humboldt e de outros naturalistas românticos. A geografia, tendo como objeto de estudo a paisagem, viabilizou-se enquanto disciplina acadêmica. Estes geógrafos associaram ”a paisagem a porções do espaço relativamente amplas que se destacavam visualmente por possuírem características físicas e culturais suficientemente homogêneas para assumirem uma individualidade” (Holzer, 1999, p.151). O conceito varia de sentidos de acordo com a escala de observação e os critérios de classificação, conforme a geografia for entendida prioritariamente como ciência natural ou como ciência humana (Chantal & Raison, ano).

O entendimento da paisagem geográfica conheceu duas fases: no início do século XX com a escola regionalista francesa na qual a paisagem era capaz de fornecer boa carga de informação sobre a organização social nela compreendida, e outra fase em meados do século XX com o desenvolvimento dos transportes e meios de comunicação, da circulação de mercadorias e capitais, o que fez com que ”(...) a paisagem perdesse seus fundamentos locais para refletir as relações das redes de economia e sua simbologia universalizante. (...) Entenda-se que uma medida econômica situada nos centros mundiais de decisão pode modificar a paisagem situada a milhares de quilômetros”. (Yázigi, 2002, p.19)

Depois de ser um tema central da Geografia no início do século XX, o conceito de paisagem teve sua importância reduzida no contexto de contestação que a geografia clássica passou com a incorporação de outras bases epistemológicas ao pensamento desta ciência, como as relacionadas ao positivismo lógico. Porém, o conceito está novamente em debate, mas o problema de seu significado permanece em aberto. Retomada com a emergência de uma Nova Geografia Cultural, a discussão sobre paisagem passou a ser revestida de novos conteúdos, devido a ampliação dos horizontes explicativos da disciplina com a incorporação de noções como percepção, representação, imaginário e simbolismo (Castro, 2002). Esta retomada da dimensão cultural no pensamento geográfico pode ser ampliada para o contexto do debate científico como um todo, no âmbito de revisão das questões que fundamentaram a modernidade.

Uma nota sobre o vocábulo alemão landschaft

Breve esclarecimento merece ainda as diferentes acepções que o vocábulo recebe de acordo com a língua em que é empregado. Assim, landschaft (alemão) e paysage (francês), certamente não significam a mesma coisa. A palavra alemã é mais antiga e possui um significado mais complexo que a de língua latina, associada ao renascimento e, em sua origem, as artes plásticas. De acordo com Holzer

"Landschaft” se refere a uma associação entre sítio e os seus habitantes, ou se preferirmos, de uma associação morfológica e cultural. Talvez tenha surgido de ”Land schaffen”, ou seja, criar a terra, produzir a terra. Esta palavra transmutada em ”Landscape” chegou a geografia norte-americana pelas mãos de Sauer que, cuidadosamente, enfatizava que seu sentido continua sendo o mesmo: o de formatar (land shape) a terra, implicando numa associação das formas físicas e culturais. (1999, p.152)

 Podemos completar nos utilizando de Freitas et. al. (1999), que nos diz que landschaft não tem correspondente em outras línguas, comportando um conjunto de significados e visões de mundo que fornecem ao conceito uma gama de interpretações e utilizações muitas mais amplas que das demais escolas de geografia. Segundo estes autores ”a paisagem alemã compreende um complexo natural total, representado, de forma integrada, pela natureza e pela ação humana” (Freitas et. al., 1999, p. 31).

A pesar de amplamente utilizado na linguagem comum de diversos paises de histórias políticas e culturais absolutamente distintas, a paisagem guarda consigo o sentido de estar associada ao olhar.

A paisagem entre visibilidade e visualidade

Sendo a paisagem o que se vê, supõe-se necessariamente a dimensão real do concreto, o que se mostra, e a representação do sujeito, que codifica a observação. A paisagem resultado desta observação é fruto de um processo cognitivo, mediado pelas representações do imaginário social, pleno de valores simbólicos. A paisagem apresenta-se assim de maneira dual, sendo ao mesmo tempo real e representação (Castro, 2002).

Menezes nos diz que devemos descartar os enfoques polares, realistas ou idealistas. Os primeiros pautados na materialidade e objetividade morfológica da paisagem em seu modo dado ou marcado pela ação humana. Os segundos pensam a paisagem como uma projeção do observador. Segundo o autor não devemos pensar em duas faces do mesmo fenômeno, uma material, inerte e outra mental, criadora. Melhor é reconhecer que ela é ”um dado tal como percebido, um fragmento do mundo sensível tal qual está dotado de personalidade por uma consciência” (Lenclud apud Menezes, 2002, p. 32).

Lucrécia Ferrara nos traz importante contribuição ao discutir visualidade e visibilidade, categorias dos modos de ver, de natureza da imagem. A visualidade corresponde a imagem do mundo físico e concreto, já a visibilidade à elaboração reflexiva do que é fornecido visualmente transformado em fluxo cognitivo. Nas palavras da autora, se utilizando também de Jameson,

A visualidade corresponde registro um dado físico e referencial; a visibilidade, ao contrário, é propriamente, semiótica, partindo de uma representação visual para gerar um processo perceptivo complexo claramente marcado como experiência geradora de um conhecimento contínuo, individual e social (Jameson, 1994). Na visibilidade o olhar e o visual não se subordinam ou conectam-se um ao outro, como ocorre com a visualidade, ao contrário, ambos se distanciam um do outro para poder ver mais. Estratégico e indagativo o olhar da visibilidade esquadrinha o visual para inseri-lo, comparativamente, na pluralidade da experiência de outros olhares individuais e coletivos, subjetivos e sociais, situados no tempo e no espaço. (Ferrara, 2002, p. 74)

 Talvez como síntese destas questões possamos apresentar o brilhante pensamento de Berque, segundo o qual a paisagem é simultaneamente uma marca, uma geo-grafia, que é impressa pela sociedade na superfície terrestre, e ao mesmo tempo estas marcas são matrizes, ou seja, constituem a condição para a existência e para a ação humana. Se por um lado ela é vista por um olhar pelo outro ela determina este olhar. Nas palavras do autor, ”(...) a paisagem é plurimodal (passiva-ativa-potencial.) como é plurimodal o sujeito para o qual a paisagem existe; (...) a paisagem e o sujeito são co-integrados em um conjunto unitário que se autoproduz e se auto-reproduz”. (Berque, 1998, p.86).

Partiremos a seguir para uma discussão pautada no pensamento filosófico de Habermas, apresentando suas diferentes abordagens de ciência e posteriormente observando como o conceito de paisagem pode ser inserido em cada uma destas classificações.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Globalização segundo Ribeiro, 1995

A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa financeira internacional, em meados da década de 1980. Depois disso, muitos intelectuais dedicaram-se ao tema, associando-a à difusão de novas tecnologias na área de comunicação, como satélites artificiais, redes de fibra ótica que interligam pessoas por meio de computadores, entre outras, que permitiram acelerar a circulação de informações e de fluxos financeiros. Globalização passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de investimentos pelo mundo afora. Além disso, ela foi definida como um sistema cultural que homogeneíza, que afirma o mesmo a partir da introdução de identidades culturais diversas que se sobrepõem aos indivíduos. Por fim, houve quem afirmasse estarmos diante de um cidadão global, definido apenas como o que está inserido no universo do consumo, o que destoa completamente da idéia de cidadania (Ribeiro, 1995)

CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE MODERNA

se a coletividade se orgulha dos seus progressos físicos,

o homem se encontra, moralmente, muito distanciado dessa evolução.
Semelhante anomalia é a conseqüência inevitável da ignorância das criaturas, com respeito à sua própria natureza, desconhecimento deplorável que as incita a todos os desvios. Vivendo apenas entre as coisas relativas à matéria, submergem nas superficialidades prejudiciais ao seu avanço espiritual. Ignoram, quase que totalmente, o que sejam as suas forças latentes e as suas possibilidades infinitas, adormecendo ao canto embalador dos gozos falsos do “eu pessoal”, e apenas os sofrimentos e as dificuldades as obrigam a despertar para a existência espiritual, na qual reconhecem quanta alegria dimana do exercicio do Bem e da prática da virtude, entre as santas lições da verdadeira fraternidade.
Por Emmanuel - 1938.