ABORDAGEM CULTURAL NO CONCEITO
DE PAISAGEM
Marcelo Ramos licenciando em Geografia pela
Universidade de Guarulhos
Este texto é um pequeno resumo do livro “Espaço e Cultura” do Geógrafo Roberto Lobato Corrêa (UFRJ). É um debate a cerca da Geografia Cultural, o autor trás nesta publicação um estudo e divulgação da cultura a partir de sua dimensão espacial. Trouxemos para este resumo uma analise sobre o conceito de paisagem observada a partir do ponto de vista cultural das sociedades (dos Grupos) no planeta. Uma observação das naturezas culturais que modelam a paisagem no espaço no qual estão inseridos, onde a paisagem passa a ter um valor simbólico ou de valores, isso para cada grupo.
INTRODUÇÃO
A partir da década de 1980 a chamada Geografia cultural reaparece entre os Geógrafos com grande discussão a respeito da mesma. Observamos que não é encontrada uma homogeneidade no planeta, pelo contrário, existem diferentes grupos culturais em nossa sociedade, verifica-se uma constante transformação no espaço vivido no qual o próprio ser humano é o agente modelador do meio em que vivi. A Geografia Cultural renasce e vem sendo discutida e estudada através dos conceitos que a abarcam como uma nova Geografia Cultural, conforme é indicada pelos autores; Price e Lewis ².
As bases atuais da Geografia Cultural reinventada situam-se tanto na Geografia Alemã com Passarge e Schlüter, como na frança com Vidal De La Blache, mas certamente foi nos Estados Unidos com Sauer que a Geografia Cultural ganha maior expressão. Analisa-se que a idéia de globalização ( o processo de produção) modifica e transforma o planeta em toda a sua superfície, levando a uma ação de naturezas culturais no tempo e no espaço.
CORRÊA indica que para Sauer
A paisagem geográfica é vista como um conjunto de formas naturais e culturais associadas em uma dada área é analisada morfologicamente, vendo-se a integração das formas entre si e o caráter orgânico ou quase orgânico delas. O tempo é uma variável fundamental. A paisagem cultural ou geográfica resulta da ação, ao longo do tempo, da cultura sobre a paisagem natural. (1998, p.9)
A Geografia Cultural reaparece com muito êxito nas ultimas décadas e no Artigo Espaço e Cultura LOBATO CORRÊA resgata alguns temas específicos abordados pelos Geógrafos propondo um conjunto temático sobre a dimensão espacial da cultura, colocando em debate o conceito de paisagem cultural. Por sua vez a paisagem constitui para a Geografia um de seus conceitos chaves, o mesmo vem sendo atribuído por diversos geógrafos. Entendemos que trata-se de paisagem cultural um conjunto de formas materiais preparados e articulados entre-se no espaço, tais como: os campos, as demarcações, os caminhos, casas, centros urbanos, igrejas entre outros, ou seja, um mosaico de lugares com efeitos de cores e diversos tamanhos.
Essas ações que articuladas e sempre modifica o meio e transforma a paisagem é resultado da ação do homem sobre a natureza.
Observamos que a paisagem é de um lado o resultado de uma dada cultura que a modelou e, de outro se constitui em uma cultura principal. A paisagem é um retrato duradouro da sabedoria, que está atrelado a um processo de transformação do velho para o novo, da arquitetura antiga para a recente, transmitindo a cultura em vários aspectos tendo uma face funcional e outra simbólica. Por meio de seus elementos a paisagem cultural consegue mediar à passagem de conhecimentos de geração para geração.
Como matriz cultural as paisagens através de muitos de seus elementos “servem como mediação na transmissão de conhecimentos, valores ou símbolos” contribuindo para transferir de uma geração a outra o saber, crenças, sonhos e atitudes sociais. ROBERTO LOBATO CORRÊA*
A paisagem cultural não está presente da mesma maneira entre os representantes da sociedade, ou seja, não é composta igualmente, há uma variedade de valores e símbolos na paisagem, a observação da paisagem na cultura é criada e denominada pela maneira de pensamento ou pela origem de suas crenças e formas na sociedade.
Ao analisarmos observamos que a paisagem cultural se encontra no tempo e no espaço, mas por um lado sempre ouve uma difusão das idéias que as constituíram, levando em conta a origem socioeconômica na qual estão inserido no lugar ( espaço vivido) em nossa sociedade.
Cosgrove ¹² identifica dois tipos gerais de paisagens “O primeiro é a paisagem da cultura dominante, um dos meios através dos quais o grupo dominante tem o seu poder, o segundo é constituído pelas paisagens alternativas, criadas por grupos não dominantes e que apresenta menor visibilidade. (Cosgrove, 1999, p.104-105).
Segundo COSGROVE Um grupo dominante procurará impor sua própria experiência de mundo, suas próprias suposições tomadas como verdadeiras, como a objetiva e válida cultura para todas as pessoas. O poder é expresso e mantido na reprodução da cultura. Isto é melhor concretizado quando menos visível, quando as suposições culturais do grupo dominante aparecem simplesmente como senso comum. Isto é as vezes chamado de hegemonia cultural. Há, portanto, culturas dominantes e subdominantes ou alternativas, não apenas no sentido político, mas também em termos de sexo, idade e etnicidade. (Cosgrove, 1999, p.104-105).
No pensamento cultural o conceito de paisagem pode ter um valor simbólico, pois há uma ligação afetiva do indivíduo com o meio no qual ele próprio o transformou, ou seja, cada grupo cria uma característica própria para a sua cultura, é possível ler e observar a paisagem de cada grupo através da linguagem dos seus aspectos físicos da mesma.
Referências Bibliográficas:
CORRÊA, Roberto Lobato & ROZENDAHL, Zeny. Apresentando leituras sobre paisagem, tempo e cultura. In: CORRÊA, Roberto Lobato & ROZENDAHL, Zeny (orgs.).Paisagem, espaço e Cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998.123p. p.7-11
COSGROVE, Denis. A geografia está em toda parte: Cultura e simbolismo nas paisagens humanas.
legal marcelão gostei............
ResponderExcluirboa...achei belezinha..........vick e danda
ResponderExcluirPobre pro rico NUm tem diferençia Boa Consepção de vêr
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